segunda-feira, 28 de setembro de 2009

25 anos da PGEM UNESP Rio Claro

Abaixo a programação dos 25 anos da pós. Divulguem e venham prestigiar


Colegas,

Tenho o prazer de anunciar, em nome do Conselho da Pós e da comissão
organizadora dos eventos comemorativos dos 25 anos de nossa pós, a série
de seminários SMEM que faz parte destas comemorações.

Antes dos convidados e dos temas, gostaria de dizer algo sobre o
“espírito” que norteou as escolhas.

Procuramos convidar colegas que pudessem contribuir com a discussão de
temas que consideramos importantes para nosso programa mas que, por uma
razão ou outra, estavam, de certa forma, “ausentes”, ou temas que, embora
“no ar”, ainda não fossem parte cotidiana de nosso trabalho.

É claro que este sempre foi, desde sua criação, um dos princípios
norteadores do SMEM, mas o presente ciclo, que vai de 29 de setembro a 3
de novembro, reveste-se de uma característica especial, por ser parte das
comemorações dos 25 anos.

Após 25 anos oferecendo liderança acadêmica no campo da Educação
Matemática, nosso programa vem passando por transformações que respondem a
mudanças, tanto internas quanto externas, estas últimas referindo-se ao
cenário da pós-graduação no Brasil. Pensamos, assim, que estes seis
seminários poderiam e deveriam oferecer, cada um deles, uma oportunidade
para refletirmos sobre o que seja hoje a vida no programa e o que ela
possa vir a ser, em diferentes sentidos.

No dia 29 de setembro receberemos Roberta de Oliveira, cujo seminário tem
o tema “Considerações sobre a relação entre MEC e Universidades com
respeito à formação de professores”.

Durante mais de quatro anos ela atuou, no MEC, como coordenadora da Rede
Nacional de Formação Continuada (RNFC). Este projeto constituiu, através
de edital público e convênios institucionais com Universidades, uma rede
de centros de formação de professores, que vêm atuando de forma ampla na
tarefa de oferecer oportunidades de desenvolvimento profissional para
professoras e professores das séries 1ª a 4ª do ensino fundamental. Um
destes centros da RNFC é o CECEMCA, criado através de convênio da UNESP
com o MEC, e do qual é sub-projeto o projeto Pró-Letramento, cabendo ao
CECEMCA, até aqui, cuidar deste sub-projeto projeto nos estados do
Amazonas, do Paraná, do Piauí e de São Paulo.

Com base em sua experiência no MEC, Roberta tecerá considerações sobre,
por exemplo, a formulação de políticas públicas para a educação e de que
forma as Universidades participam, ou não, disto, em particular com
relação a programas de pós-graduação.

No dia 6 de outubro, receberemos Eni Orlandi, cujo seminário tem por
título “A diluição e indistinção de sentidos na discursividade atual: o
caso de casa e rua”.

Eni é uma conhecida especialista na área da Análise de Discurso, atuando
em uma linha que enfatiza o papel da teorização na atividade acadêmica. A
partir de tema particular, seu seminário nos oferece a oportunidade de
refletir tanto sobre o papel da teorização quanto sobre o papel da atuação
política, em seu sentido mais próprio, do pesquisador/acadêmico.

No dia 20 de outubro nosso convidado será Irineu Bicudo, que dispensa
apresentação.

Seu seminário, “Matemática e Filosofia na Grécia Antiga” nos oferece, em
primeiro lugar, a oportunidade de considerar o papel da erudição na
produção acadêmica, outra vez, em seu sentido próprio. Mas oferece,
também, a oportunidade de considerarmos o trabalho acadêmico que não se
dirige ao “efeito imediato”. Refiro-me, aqui, ao livro recentemente
lançado, com a tradução de e notas sobre “Os Elementos”, de Euclides de
Alexandria, cujo autor é o professor Irineu. Qual o papel duma tal
tradução em nossa cultura? Certamente não é a de produzir mais e melhores
livros didáticos, nem o de oferecer mais e melhores abordagens didáticas.
O trabalho do professor Irineu é, no entanto, parte da constituição de um
cenário frente ao qual a Educação Matemática, uma área de conhecimento, se
posiciona e se desenvolve. É parte da constituição de uma ampla, e
diversa, cultura matemática.

No dia 27 de outubro o seminário ficará a cargo de Ole Skovsmose que, a
esta altura, também já é “da casa”. Mas nesta apresentação Ole está
encarregado de ser “o outro”: “A pós-graduação de Rio Claro vista pelos
olhos de um acadêmico dinamarquês”.

Trata-se, fundamentalmente, de podermos vivenciar o olhar “estrangeiro” (o
“estranho”, o “de fora”) falando de nós. E Ole está em excepcional posição
para nos ajudar a fazer isto, porque, além dos programas de pós de seu
pais de origem, conhece as realidades da pós-graduação em Educação
Matemática de muitos outros países. Não se trata, é claro, de um discurso
sobre o que nós aqui fazemos de “errado”, nem muito menos sobre “como
fazer certo”. Antes de qualquer coisa, é um seminário sobre a diferença,
sobre onde e como e porque ela pode surgir. Para nós, fica a convidativa
questão de o que fazermos com esta diferença.

Finalmente, no SMEM do dia 3 de novembro, teremos uma entrevista com
Nilson José Machado e Antonio José Lopes (Bigode). O tema do seminário
será “Por que as Universidades não produzem livros didáticos de
Matemática”.

Nossos dois convidados têm ampla experiência como autores de livros
didáticos. Nilson, hoje professor titular da USP, teve a experiência de
escrever livros e depois passar à vida acadêmica na área da Educação
Matemática. Bigode, mesmo sem ter vivido como docente o cotidiano da vida
acadêmica, a conhece bem. Ambos têm muita familiaridade com o processo
industrial de um livro didático.

Muitos autores de livros didáticos estão nas Universidades, mas seus
livros não são, com raríssimas exceções (dois casos, até onde sabemos,
UFBA e UNIJUÍ), produtos de projetos institucionais. O que será que
explica este fato? Nossos convidados podem nos oferecer preciosos insights
sobre possíveis “explicações”, ajudando-nos a refletir sobre se faz, ou
não, sentido (prático ou outro) nosso programa se engajar na produção de
livros didáticos de Matemática (que seriam, é claro, publicados por
editora comercial da área).

Entra em cena uma antiga e recorrente questão: produzir e publicar livros
comercialmente significa a Universidade “sujar suas mãos”?

Vocês devem ter notado que “pulamos” o dia 13 de outubro. É que este SMEM
ainda não está definido. Que fique como surpresa, então.

Como já foi divulgado, o encontro de fechamento começa na sexta-feira, 6
de novembro, e vai até o domingo, 8 de novembro.

Contamos com sua presença e com que vocês divulguem amplamente este ciclo!

Um abraço
Romulo (romlins@rc.unesp.br)
(em nome do Conselho; Marcos, Rosana, Miriam, Ana Paula e eu;, e da comissão organizadora da comemoração: Vanessa, Paulo
Pau-Brasil e eu.)